As raparigas sempre estiveram prontas.

A Lego lançou no dia 11 a campanha “Ready for Girls” a par do Dia Internacional das Meninas da ONU, sendo esta a mais recente de várias comunicações inclusivas da marca. A divulgação está a ser feita nas plataformas digitais da Lego, foi produzida pela The Lego Agency e inclui três filmes que têm como protagonistas meninas empreendedoras de todo o mundo, bem como um guia de dez passos para brincadeiras inclusivas.
A campanha acontece no seguimento de uma pesquisa feita pela Lego em parceria com Instituto Geena Davis – a atriz norte americana – sobre questões de género na comunicação, com o objetivo de entender de que maneiras os papéis de género influenciam e limitam as crianças. Os resultados mostram que as meninas estão prontas para o mundo, mas a sociedade ainda não está pronta para apoiar seu crescimento por meio da brincadeira.
De acordo com o estudo, tudo começa nos pais, que são seis vezes mais propensos a pensar por exemplo, nas profissões de atleta e cientista como masculinas (85% para 15%), disparidade que aumenta no caso da engenharia (89% para 11%).
De acordo com o estudo, para a maioria das profissões criativas, os pais inquiridos imaginam um rapaz, independentemente de terem um filho ou uma filha.
O estudo revelou também que 76% dos pais incentivam os seus filhos rapazes a brincar com os blocos coloridos da Lego, face a apenas 24% que o fazem com as filhas.
“Apesar de muitos pais pensarem que a marca Lego é um bom exemplo de inclusividade, os nossos produtos ainda são considerados mais relevantes para rapazes do que para raparigas”, pode ler-se no site oficial da empresa.
Quanto às crianças, no caso das brincadeiras, 71% dos meninos afirmam que se preocupam com o facto de se sentirem intimidados ao brincarem com brinquedos associados às meninas, enquanto apenas 42% das meninas têm o mesmo receio.
A Lego está empenhada em tornar os seus produtos mais inclusivos e assegurar que as ambições criativas das crianças – tanto agora como no futuro – não sejam limitadas por estereótipos de género. “Sabemos que há trabalho a fazer e é por isso que, a partir de 2021, iremos trabalhar em estreita colaboração com o Geena Davis Institute on Gender in Media e a UNICEF para assegurar que os produtos e o marketing da LEGO sejam acessíveis a todos e livres de preconceitos de género e estereótipos prejudiciais”, refere a empresa.
A marca quer claramente assumir uma posição ao lançar esta campanha ‘Ready for Girls’ e realmente superar os estereótipos de género institucionalizados. “Nós apoiamos muito este esforço porque eles realmente querem ser líderes nessa área, o que eu acho fantástico ”, disse Geena Davis, atriz, ativista e fundadora do Instituto Geena Davis, que defende a igualdade de género.
Os dados mostram o estigma em torno de “brinquedos para meninas” e “brinquedos para meninos” entre as crianças, e mostram que 74% dos meninos e 62% das meninas concordam com a afirmação, “algumas atividades são destinadas apenas para as meninas fazerem, enquanto outras são destinadas aos meninos”.
“Descobrimos, por um lado, que as meninas estão prontas para o mundo, mas a sociedade ainda não está realmente pronta para apoiar seu crescimento (…) Como mãe de três filhos, há muito que admiro a LEGO e estou animada com seu compromisso global com este estudo e com novas formas de inspirar a criatividade em meninas por meio de brincadeiras e histórias. Também sabemos que mostrar às meninas atividades únicas e não estereotipadas pode levar a um ponto de vista ampliado de possibilidades e oportunidades.”
“É interessante observar que as meninas se vêm de uma forma mais ampla e evoluída, mais do que os seus pais as vêm”, disse Davis.
Julia Goldin, diretora de marketing e produto do Grupo Lego, vê os resultados do estudo como uma oportunidade para a marca ajudar a eliminar as distinções de género dos brinquedos. “Acreditamos que é necessário que a sociedade reconstrua percepções, ações e palavras para apoiar o empoderamento criativo de todas as crianças, e que o Grupo Lego tem um papel importante a desempenhar neste processo”, explica Goldin.
A marca de brinquedos planeja continuar buscando mais inclusão. “Temos explorado diferentes pontos de paixão e padrões de jogo, bem como investindo em comunicação para garantir que a marca Lego permaneça relevante e inclua os gêneros por anos. A nossa equipe de percepções globais do Grupo Lego está constantemente buscando padrões de brincadeira e percepções em relação a isso entre as crianças e seus pais em todo o mundo”, explica Goldin.
A pesquisa, que entrevistou quase 7.000 pais e crianças de 6 a 14 anos na China, República Checa, Japão, Polônia, Rússia, Reino Unido e EUA, destaca a necessidade da sociedade reconstruir percepções, ações e conceitos para apoiar o empoderamento criativo de todas as crianças.
Conheça os resultados resumidos aqui.