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Depois das cidades de Paris, Rennes e Bordéus, o Café Joyeux, marca solidária de cafés/restauração que forma e emprega pessoas portadoras de distúrbios mentais e cognitivos, vai abrir uma loja em Lisboa.

O anúncio foi feito nas redes sociais da marca, não especificando ainda a data para a abertura do primeiro espaço fora de França. Há dois anos que os fundadores do café solidário trabalham com uma equipa portuguesa no sentido de trazer para Lisboa um conceito nobre, promotor da inclusão que, certamente, será muito bem recebido pelos portugueses.

Em Portugal, segundo os dados disponíveis, existem aproximadamente 600.000 pessoas portadoras de deficiência, das quais 200.000 com distúrbios mentais e cognitivos. As empresas privadas, com mais de 10 colaboradores, empregam menos de 0,5% das pessoas portadoras de distúrbios mentais e cognitivos e a administração pública menos de 2,3%. A maioria destas pessoas não tem acesso ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego da população em geral decresceu 18,8% entre 2011-2016, enquanto a população portadora de deficiência viu a mesma taxa aumentar 26,7%, o que representa uma taxa de desemprego duas vezes superior na população portadora de deficiência. Este é um problema não em Portugal, mas também na Europa.

Para contrariar esta realidade, em 2017, surgiu em Rennes, França, o Café Joyeux, o primeiro restaurante solidário que tem por objetivo formar e empregar pessoas maioritariamente portadoras de trissomia 21 ou de outro tipo de distúrbios cognitivos como o autismo. Fundado por Yann e Lydwine Bucaille, este conceito solidário e inclusivo tem por missão tornar a diferença visível, potenciar a sociabilidade e disponibilizar mais emprego a pessoas que estão afastadas do meio laboral.

Lisboa e Cascais, em 2021 e 2022, respetivamente, serão as primeiras cidades portuguesas a receber os cafés-restaurantes Joyeux, estando ainda previsto a criação de mais cinco a sete lojas em Portugal até 2026.

De acordo com o conceito da marca, os Cafés Joyeux devem localizar-se no coração das cidades, em zonas de elevada afluência. A carta culinária propõe produtos frescos da época que são preparados no local pelos colaboradores Joyeux, privilegiando a economia local e circular, a sustentabilidade e o ambiente.

Os colaboradores Joyeux são recrutados e formados por uma equipa especializada nas áreas de gestão e cozinha acompanhados por educadores especializados. Após a formação os candidatos são integrados nos cafés-restaurantes Joyeux, com um contrato sem termo. Em função das suas capacidades e orientados pelos seus gestores, ocupam várias funções da restauração: acolhimento, caixa, cozinha e serviço de sala.

A marca Café Joyeux construiu um modelo de negócio rentável e quer fazer da diferença uma força. 100% dos lucros resultantes do volume de negócio dos cafés-restaurantes contribuem para o desenvolvimento e abertura de novos locais em França e em breve, também em Portugal.

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