Pandemia fortaleceu relações virtuais entre influenciadores digitais e seguidores – Cinco Estrelas

Pandemia fortaleceu relações virtuais entre influenciadores digitais e seguidores


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Durante os confinamentos, muitas pessoas recorreram a “amigos virtuais” para substituir a vida social que tinham anteriormente e este tipo de relações unilaterais ganhou grande influência sobre os utilizadores.
É uma das conclusões da investigação desenvolvida pela Kaspersky, que contou com a participação de mais de 15 mil pessoas em 25 países. O estudo revela que quase metade (47%) dos utilizadores das redes sociais acredita que os influenciadores que seguem os ajudam a “fugir à realidade“ e 21% acredita que estes “podem ser amigos”. 

Cerca de 71% dos inquiridos da Kaspersky afirmou que aprende com os influenciadores que segue em áreas como a saúde, moda e notícias.  23% dizem ser dependentes dos conteúdos dos influenciadores e 10% afirma que tem uma sensação de ausência e de vazio se não interagir com eles, quer através de comentários aos posts (37%) ou de reações às suas stories (37%).

O documentário “The Social Dilemma”, um dos mais comentados de 2021, pretende alertar os utilizadores para os perigos das redes sociais e incentivar o uso seguro e equilibrado destas plataformas. De acordo com a psicóloga Filipa Jardim, “o digital tem ganho um espaço crescente nas nossas vidas, nos últimos anos. A pandemia e o isolamento imposto durante um ano e meio tornou o online um escape sedutor, que, se por um lado, nos permitiu manter conectados com o mundo, por outro lado, fomentou desconexão de nós mesmos. Através dos comportamentos observados e relatos partilhados, percebe-se que as barreiras entre a vida real e a vida digital se têm esbatido, por vezes, de forma muito perigosa. Confunde-se likes com intimidade, faz-se de um influenciador um suposto amigo próximo, espreita-se o mundo através dos conteúdos digitais partilhados e vive-se menos com os cinco sentidos”.

Filipa Jardim reforça também que, “de uma forma geral, o medo de sentir-se excluído, a par de dificuldades de autocontrolo, alimentam estes comportamentos de uso excessivo da Internet e das redes sociais. Em alguns casos, pode mesmo apelidar-se de adição às redes sociais, ao telemóvel, à Internet. O impacto neurofisiológico de outras formas de adição é semelhança à ativação cerebral que se verifica na adição à tecnologia e ao estar permanentemente ligado. E é neste contexto que surgem transtornos como a Nomofobia (dependência do smartphone) ou FOMO (Fear of Missing Out), uma forma de ansiedade social que consiste numa preocupação constante de poder perder uma oportunidade de interação social virtual”.

Não podemos ignorar no entanto que, as redes sociais têm sido fundamentais para muitas pessoas durante a pandemia, com 59% dos utilizadores a afirmar que lhes proporcionaram uma ligação essencial ao exterior. Este número aumenta substancialmente nos mais novos: entre os 18 e os 34 anos 71%, afirmam depender das redes sociais para se conectarem.

 

Fonte: Revista Grande Consumo

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