A tendência dos hábitos de consumo sustentáveis tem no entanto, de acordo com o estudo Observador Cetelem Consumo Sustentável 2022, uma conjuntura atual que não favorece a evolução destas novas práticas – a redução do poder de compra dos consumidores no contexto económico actual, leva a que uma percentagem significativa de 22% salienta ter diminuído o consumo deste tipo de produtos e 8% deixou mesmo de optar por produtos mais sustentáveis.

Quando inquiridos para avaliarem a facilidade que têm em fazer escolhas de consumo mais sustentáveis, 46% diz ser difícil ou muito difícil, em particular os consumidores com menores rendimentos (57%) e os mais velhos dos 65 aos 74 anos (55%).

Sempre que se trata de consumir de forma responsável, 42% dos consumidores inquiridos sente que toma a iniciativa, enquanto 39% confessa sentir-se pressionado pela sociedade.

Também de acordo com estudo, 44% dos portugueses inquiridos afirma conhecer “mais ou menos” o conceito de consumo sustentável e 32% considera que estão familiarizados. Os mais velhos, dos 55 aos 74 anos, são os que estão menos familiarizados com o conceito (média de 43%).

Dos que se encontram familiarizados com o conceito e que adoptam já algumas práticas responsáveis, 32% admite que para eles o consumo sustentável é uma opção, ou seja, quando surge a oportunidade, estes optam por produtos com menor pegada ecológica. Mas o que é uma opção para uns, é um objetivo para outros: 31% tenta consumir com responsabilidade sempre que possível, 16% assume esta opção como um estilo de vida, e 19% o consumo responsável não é uma preocupação.

33% dos portugueses considera que se gasta mais para se adotar hábitos de consumo sustentáveis, 31% considera que gasta exactamente o mesmo.

Relativamente aos efeitos da inflação no consumo, 38% dos portugueses inquiridos revela ter mantido o consumo de produtos sustentáveis, nomeadamente os mais jovens, dos 18 aos 24 anos (49%) e os inquiridos com mais rendimentos (41%).

21% confessa que continua sem se preocupar com o consumo de produtos mais sustentáveis, sendo que os mais velhos são os que mais corroboram essa afirmação (34%), assim como os inquiridos que vivem na região Norte do País (30%).