Reverse Mentoring: a cultura de empresa que incentiva a diversidade e à inclusão
O conceito de Reverse Mentoring, a conjugação nas empresas de trabalhadores de várias gerações, incentiva a que estes saiam das suas zonas de conforto dando origem a um ambiente de trabalho mais dinâmico e colaborativo através da troca de conhecimentos e experiências muito diferentes.
Num mundo em mudança constante, marcado pelo desenvolvimento tecnológico e pela digitalização, os estímulos vindos do mercado convidam-nos a evoluir, o que impulsiona a transmissão de conhecimento entre colegas de trabalho. Esta premissa implica uma estratégia de longo prazo implementando o Reverse Mentoring – que permite que uma geração mais jovem transmita conhecimentos à mais sénior mantendo-se esta atualizada especialmente quando se trata de trabalhar com as inovações tecnológicas. Este é um processo que normalmente é oposto aos programas de formação interna, que são desenhados para formar pelos mais velhos, colaboradores mais novos dentro da empresa. Mas é preciso evoluir e a colaboração é o meio principal para inovar.
No entanto, para que o Reverse Mentoring seja bem-sucedido, ambas as partes devem estabelecer uma boa relação com confiança e respeito, tendo em conta que os colaboradores mais seniores podem sentir algum desconforto em aprender com os mais novos.
Será eventualmente difícil para um profissional com muitos anos de experiência, aceitar no seu local de trabalho, conselhos de um colega muito mais novo aparentemente inexperiente, mas os Gen-Zers têm muito a contribuir em diversas competências, como o seu conhecimento dos meios digitais e sociais.
Os dois lados devem ter em mente o objetivo do mentor: partilhar conhecimentos para que ambos possam continuar a crescer profissionalmente.
O mentorado beneficia do Reverse Mentoring que é visto como uma oportunidade de ultrapassar as barreiras do “self” e de se ligar com o mundo atual em contante transformação; adquire insights de uma geração e cultura diferentes, ao aprender sobre conceitos e práticas com colegas mais novos. “O Reverse Mentoring é também uma ótima técnica para ajudar a melhorar relacionamentos pessoais numa empresa, que se irão traduzir em melhorias na comunicação e, consequentemente, na produtividade e motivação dos colaboradores.”
A Geração Z tem vindo a colocar os colaboradores seniores mais abertos a repensar a forma como se relacionam com os colegas de trabalho mais juniores e a adotar uma abordagem mais descontraída perante a mentoria.
As empresas devem conjugar colaboradores de várias gerações para permitir que estes saiam das suas zonas de conforto e construam ambientes de trabalho proativos em desenvolvimento e aprendizagem.
Esta é uma metodologia já adotada por grandes empresas internacionais, como a Deloitte, com a intenção de apoiar entre os seus colaboradores, as mulheres e as minorias étnicas e a PWC, que lançou há alguns anos, o seu programa de Reverse Mentoring com o objetivo de melhorar a diversidade e a inclusão.
A Google também faz parte das empresas que apostam na diversidade como catalisador para o desenvolvimento de equipas mais múltiplas em gerações. A razão é porque quanto maior for a diversidade humana numa empresa, maior será a multiplicidade de talentos, conhecimentos e soluções. A diferença cria naturalmente um ambiente mais desafiante – não é por acaso que um dos sinônimos de diversidade é multiplicidade.
Estes casos demonstram que o Reverse Mentoring “ajuda a quebrar estereótipos geracionais entre os colaboradores, resultando numa melhor cooperação a todos os níveis. As empresas podem produzir uma força de trabalho mais talentosa, instruída e flexível, numa cultura de trabalho inovadora onde as gerações trocam experiências, informações e competências, permitindo o crescimento das equipas e dos colaboradores individuais. Sem dúvida, este é um aspeto importante da cultura de uma empresa para incentivar a diversidade e a inclusão, o que pode melhorar a produtividade, o bem-estar e a felicidade da equipa e a retenção de talento.”